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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Ponto Final - Vivi Ulbricht




Quisera eu ter o brilho das estrelas, 
A leveza das borboletas,
A pureza da criança,
Ser um mar de esperanças;

Quisera eu ter seu amor,
Ter asas para voar, 
A Lua alcançar,
O Universo ser nosso lar;

Quisera eu não mais ver o tempo passar,

Poder ter tudo que não tem preço


Não viver de reticências....


Colocar ponto final, antes de todo recomeço!



Vivi Ulbricht

Estações....Quem me Dera - Vivi Ulbricht




Quem me dera ser a primavera,

Perfumar sua manhã,
Florescer na sua janela...

Quem me dera ser o verão,

Levar o sol ao seu amanhecer,
Seu coração, aquecer

Quem me dera ser o outono,

Soprar a brisa em seu rosto,
Em um tapete de folhas ver você passar

Quem me dera ser o inverno,

esperaria você adormecer,
nossas lembranças, em seus sonhos,
eu iria as congelar...


Vivi Ulbricht

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Sou - Vivi Ulbricht



Sou o que escrevo,
o que meus olhos falam, 
sou o que eu calo,
sou meus erros e acertos... 

Vivi Ulbricht

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Fernando Pessoa - Chove. Há silêncio

Chove. Há Silêncio


Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva 
Não faz ruído senão com sossego. 
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva 
Do que não sabe, o sentimento é cego. 
Chove. Meu ser (quem sou) renego... 

Tão calma é a chuva que se solta no ar 
(Nem parece de nuvens) que parece 
Que não é chuva, mas um sussurrar 
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. 
Chove. Nada apetece... 

Não paira vento, não há céu que eu sinta. 
Chove longínqua e indistintamente, 
Como uma coisa certa que nos minta, 
Como um grande desejo que nos mente. 
Chove. Nada em mim sente... 

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro" 

Fernando Pessoa - "Como Te Amo"



Como te amo? Não sei de quantos modos vários 
Eu te adoro, mulher de olhos azuis e castos; 
Amo-te com o fervor dos meus sentidos gastos; 
Amo-te com o fervor dos meus preitos diários. 

É puro o meu amor, como os puros sacrários; 
É nobre o meu amor, como os mais nobres fastos; 
É grande como os mares altisonos e vastos; 
É suave como o odor de lírios solitários. 

Amor que rompe enfim os laços crus do Ser; 
Um tão singelo amor, que aumenta na ventura; 
Um amor tão leal que aumenta no sofrer; 

Amor de tal feição que se na vida escura 
É tão grande e nas mais vis ânsias do viver, 
Muito maior será na paz da sepultura! 

Fernando Pessoa, "Inéditos – Poemas de Lança-Pessoa – Manuscrito (Junho/1902)"