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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE




Que pode uma criatura senão, 


senão entre criaturas, amar?


 Amar e esquecer, amar e malamar,


amar, desamar, amar? 


Sempre, e até de olhos vidrados, 


amar? 


Que pode, pergunto, o ser 


amoroso sozinho, em rotação 


universal, senão rodar também, 


amar?


 Amar o que o mar traz à 


praia, o que ele sepulta, 


e o que, na 


brisa marinha, é sal, 


ou precisão...

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