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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Pablo Neruda (do livro "Cem Sonetos de Amor)



Um sinal teu busco em todas as 


outras,



no brusco, ondulante rio das mulheres,



tranças, olhos apenas submergidos,



pés claros que resvalam navegando na 

espuma.

De repente me parece que diviso tuas 

unhas



oblongas, fugitivas, sobrinhas de uma 

cerejeira,



e outra vez é teu pelo que passa e me 

parece



ver arder na água teu retrato de fogueira.

Olhei, mas nenhuma levava teu latejo,



tua luz, a greda escura que trouxeste do 

bosque,



nenhuma teve tuas mínimas orelhas.

Tu és total e breve, de todas és uma,



e assim contigo vou percorrendo e 

amando



um amplo Mississipi de estuário feminino.

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