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domingo, 11 de outubro de 2015

Cecília Meireles





Numa noite de lua escreverei palavras,

simples palavras tão certas

que hão de voar para longe, com as asas súbitas,

e pousar nessas torres das mudas vidas inquietas.


O luar que esteve nos meus olhos, uma noite,

nascera de novo no mundo.

Outra vez brilhará, livre de nuvens e telhados

livre de pálpebras, e num país sem muros.


Por esse luar formado em minhas mãos, e eterno,

é doce caminhar, viver o que se vive.

Porque a noite é tão grande… Ah,quem faz tanta noite?

E estar próximo é tão impossível


Cecília Meireles

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