Eu queria te falar que entrei num mar proibido e já devo estar com água até os joelhos.
Não tem jeito eu sou assim. Minha alma é leve e levo o peito aberto e a carne crua para matar a fome minha, sua....ou eu seja só o corpo. Um corpo inabitado e a alma rouca. Talvez um braço estendido esperando alguém me puxar pela mão e me levar.
Eu sei que não deveria ser assim, que eu deveria fazer alguma coisa para me parar antes.
Você precisou me parar para eu não descer a ladeira igual um trem desgovernado. Todos me dizem que sou demais precipitada, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir....Mas sou feita de verdades, sem disfarces! Quem sabe eu deveria esperar um dia nublado pra te ligar. Te convidar pra um café e debaixo da mesa te sussurrar coisas que gostamos de ouvir, nem que fosse de olhos fechados. Também não, que de olhos fechados eu esperaria um beijo roubado. Algumas coisas ficam melhor no papel e muitas delas simplesmente brotam de mim e sabe, gosto delas assim. Escapando pelos dedos. Até mesmo essa minha covardia em forma de prosa e um pouco de poesia que é pra você não reparar. Eu nunca tive receio em derramar toda minha amargura e tampouco despejar toda minha doçura. De uns tempos pra cá eu perdi meu senso de navegação. É simples e previsível: sou uma pessoa solitária. Se soltam da minha mão tudo bem. Sempre foi assim. Eu sempre fui assim. É o meu canto, meu lago, meu abraço. Incorrigivelmente desmedida." Vivi
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