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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Se Você Quiser, Eu Vou - Vivi Ulbricht



Eu queria te falar que se você entrar nessa eu entro também. 

Ou já entrei, não sei. Devo ter entrado, e já devo estar com água até os joelhos. 
Não tem jeito eu sou assim. 
Minha alma é perdida e o meu corpo é oferecido. 
Eu sou oferecida. Sempre fui. De peito aberto e a carne crua para matar a fome. 
Eu sou só o corpo. Um corpo inabitado e a alma rouca.
Talvez um braço estendido esperando alguém me puxar pela mão e me levar. 
E se você quiser eu vou. 
E de olhos fechados que é pra sentir as borboletas no estomago. 
As tuas (...) e agora em mim. 
Eu sei que não deveria estar assim. E que eu deveria fazer alguma coisa 
para me parar antes. Você deveria me parar. 
"... porque todos me dizem que sou demais precipitada, 
que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, 
e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. 
" Ou quem sabe esperar um dia nublado pra te ligar.
Te convidar pra um café e debaixo da mesa te sussurrar essas coisas. 
Nem que fosse de olhos fechados. Também não, que de olhos fechados eu esperaria um beijo roubado. 
Mas é que algumas coisas ficam melhor no papel. E muitas delas simplesmente brotam de mim. 
E sabe, gosto delas assim. Escapando pelos dedos. 
Até mesmo essa minha covardia em forma de prosa. 
E um pouco de poesia que é pra você não reparar. 
Eu nunca tive receio em derramar toda minha amargura e tampouco despejar toda minha doçura. 


Então me leva. 

E me guia que eu não posso mais ir sozinha.
De uns tempos pra cá eu perdi meu senso de navegação.
É simples e previsível: sou uma pessoa solitária. 
E se você soltar da minha mão tudo bem. Eu espero você voltar...
E se não voltar eu fico ali até alguém me puxar. 
Sempre foi assim. Eu sempre fui assim. 
É o meu canto, meu lago, meu abraço. 
Incorrigivelmente desmedida

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