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sábado, 28 de julho de 2012

ROSTOS QUE FALAM - Carmen Vervloet




Em silêncio vivo, fala o corpo…
Uma mão agitada, um sorriso morto
fala o que a boca não diz…
Medo, dor, angústia ou gostosa felicidade
nas esquinas, vielas, mansões ou bares da cidade!
O âmago expressado no rosto
deixa o sentimento exposto!
A índole revela-se humilde, alegre, bondosa
com perfume de rosa
ou arrogante, torturadora, mafiosa
carqueja amargosa, planta espinhosa…
Rostos que tocam
como o do Papa João Paulo Segundo
um rosto humilde, sorriso amoroso,
um olhar doce e profundo…
Mas os que me tocam mais no fundo
são rostos de crianças, enjeitadas, nas ruas
com seus gritos mudos, expressões tão suas…
E o eco destes gritos que se perde
aos ouvidos surdos…
O inquiridor olhar à crueldade do mundo!
Outros rostos assustam pela indiferença
rostos duros, frios, estigma do caráter hediondo
ferozes marimbondos
cegos para a dor dos que estão à sua frente
de egoísmo, doentes… lentes sem grau!
Foco… apenas o próximo degrau…
Insensíveis às mazelas e procelas,
sentimentos embotados,
interesses próprios escancarados…

Os rostos são esculturas vivas!
As mais reais e precisas
talhadas pelas almas que os animam
avaliadas pelos corações que os examinam…
Os rostos falam… E como falam…
Basta olhar para o rosto dos enamorados!

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